terça-feira, 29 de março de 2011

O futebol na minha vida é...

    Estou de volta, como prometi! E hoje, começo de verdade a escrever sobre minhas experiências nesse blog, visto que a primeira postagem foi só uma introdução de tudo o que ainda há por vir. Primeiramente, agradeço aos mais de 50 acessos, desde que criei isso aqui. Isso prova que vocês se interessam pelas coisas que escrevo. E, mais do que isso, por tudo o que me constrói como ser humano. Isso apenas me estimula a escrever mais. Fico realmente grato.
    Indo ao que interessa agora. Falei há pouco sobre o que me constrói como ser humano. Muita gente aqui me conhece de longa data. Outras pessoas, podem ter me conhecido na semana passada. Mas todo mundo sabe o quanto o futebol é uma loucura presente em todos os dias da minha vida.
    Eu poderia ser político aqui, e dizer, como educador físico que sou, que o futebol, assim como outros esportes, 'libera endorfinas, hormônios que dão sensação de prazer, além de ser uma excelente forma de preparação física'. Só com isso, o conceito nos leva a crer que o futebol faz bem à saúde, tanto mental quanto física. E isso tudo é verdade. Mas o futebol na minha vida, vai muito mais além disso. Vamos desmembrar esse conceito e ver como as coisas funcionaram e funcionam na prática nesse caso de amor vitalício que tenho com o futebol.


    Eu começaria falando sobre os vasos da minha mãe que quebrei dentro de casa batendo bola com o meu pai. Ou então, sobre as diversas vezes que joguei na praça da ACM com meu pai e meus amigos da rua. Poderia ser também, falando sobre meus tempos de Grêmio, na escolinha do bairro Cristal, onde treinava e jogava com temperaturas abaixo de zero. Ou quem sabe dos jogos e campeonatos de colégio, onde professores me incentivavam a jogar, dizendo que tinham certeza de que eu me tornaria um jogador de futebol profissional. Ainda houveram as vezes em que joguei na cancha, com medo de apanhar de quase todos, que eram maiores e jogavam comigo, e quase sempre me batiam por causa do meu modo irreverente de jogar, driblando muito sempre. Finalmente, poderia começar falando de como quase me tornei um jogador profissional, da forma que o Grêmio me sacaneou e de como faço pra manter o ritmo hoje em dia.
Na verdade, já começei mesmo citando tudo isso. Mas ficar somente nisso, seria apenas falar de uma ordem cronológica de fatos. Sendo que, por trás disso tudo, desenvolvi caráter e identidade, os quais carrego comigo por onde vou até hoje. Querem ver?

    Quando bem pequeno, minha mãe corria madrugadas comigo atrás de hospitais e consultas. Eu tinha uma alergia que nem mesmo os médicos sabiam explicar o que era. Tudo o que diziam era: não coma doces, ou nada que contenha corantes ou conservantes. E bala era - e é até hoje - um dos meus maiores vícios. Até que um dia, me receitaram que praticasse atividade física. Adivinhem quem apareceu como salvador pela primeira vez? O futebol, é claro. Entrei na escolinha do Grêmio, clube Campeão do Mundo, do qual me orgulho por ser torcedor fanático - mas isso é história pra outro dia. Desde que lá começei a jogar, nunca mais tive problemas de alergia. Ao invés de alergia, era só alegria.
    Através do futebol, fiz muitos amigos. Quando falo da minha vida futebolística, não posso deixar de citar meu pai, que é uma figura muito importante por diversos motivos, e mais esse, na minha vida. Por jogar comigo quando não tinha nem 3 anos de idade, por me levar ao Estádio Olímpico Monumental pra ver o imortal jogar. E por ser meu técnico. Aí, começa uma parte importante da nossa historinha. Meu pai foi meu técnico por 2 anos. Felizmente, fomos campeões nesses 2 anos, e com times completamente diferentes. O primeiro foi muito tranquilo, porque era uma turma nova na escolinha. Nos unimos muito e conseguimos nossos objetivos. Mas o segundo time já era meio que uma 'panelinha', de meninos que jogavam juntos antes já. E dos melhores de todos por lá. O pessoal era muito gente boa. Todos da mesma idade, com as mesmas brincadeiras e aspirações. O pior foi entrar no time sob o olhar desconfiado de todos os pais dos outros atletas, em uma equipe já vencedora, e sendo filho do treinador. Passavam-se alguns jogos nos quais eu não rendia tão bem, e não fazia gols - minha posição era centroavente, ou seja, o homem-gol do time. Bastou para que eu fosse criticado por quase todos aqueles pais, que passavam isso aos seus filhos, o que poderia ter prejudicado muito o meu desempenho na equipe. Muitas vezes eu saía muito triste dos jogos, por mim e pelo meu pai, que tinha o objetivo de me ver subir dentro do clube, e me bancava no time. Então, resolvi que iria trabalhar muito mais puxado em todos os treinos, e levar uma vida diferente e regrada, pra que pudesse atingir meus objetivos no time. Não deu outra: começei a empilhar gols no campeonato interno, ganhei o respeito dos meus colegas e de outros atletas que comigo treinavam. No final do campeonato, sagrei-me artilheiro, com direito à medalha. Fui aplaudido pelos que me criticavam. E, depois da premiação, ainda ouvi uma frase de um daqueles pais que tanto me criticaram, falando comigo: "Antes do jogo começar, eu pedia pro meu filho jogar todas as bolas na tua cabeça e no teu pé. Porque tu é mortal dentro da área. Parabéns pela artilharia e pelo campeonato". Ilustrei isso tudo pra mostrar o que aprendi: a ouvir críticas, a lutar por um objetivo, baixando a cabeça na hora da dificuldade da pressão e trabalhando focado para obter o êxito, a fazer amizades, e a ver o sorriso no rosto das pessoas que me amam após ver minhas vitórias. Coletivas e pessoais.



    Aprendi e aprendo, desde pequeno, a driblar jogadores e obstáculos da vida. A fazer gols em redes e em situações que requerem o ato final. A condicionar a minha parte física e as minhas ações. Com o futebol da cancha, aprendi a ser respeitado, a não ter mais medo de gente grande e a não ser violento. Com as provocações adversárias, desenvolvi uma paciência que ninguém nunca verá igual. Por causa disso tudo, decidi fazer Educação Física, onde tento passar aos meus alunos não apenas a parte do rendimento do esporte, mas todo esse processo cognitivo que cada um vai desenvolver de uma forma diferente. Essa, foi a minha historinha de hoje.
    Outras pessoas, que levam fé em mim, podem querer que eu seja um Zidane, um Ronaldinho ou um Messi da vida. Acreditam em mim, e pensam que eu ainda posso ser um profissional - e eu ainda não desisti desse sonho, que inevitavelmente me acompanha desde que eu era um molequinho. Um dia, eu já quis ser esse Ronaldinho, que encanta milhões de pessoas pelo mundo com a sua genialidade e é reconhecido em qualquer lugar que vai. Mas hoje eu compreendo que, assim como é pra esses craques, o futebol também é um pedaço de mim. Porque me ensinou que praticar esportes é saúde, e que jogar é divertido. Mas, mais do que isso, é um grande processo de estilo de vida, que te ensina a escolher caminhos, tomar decisões, gerir pressões, desenvolver bons sentimentos, mesmo em meio a frustrações. Como eu disse, não sou um desses gênios da bola que têm seus nomes estampados em camisas vendidas no mundo todo. Mas sou o Luís Fernando, que cresceu em meio a toda essa história, aprendendo tudo isso. E que hoje, graças também ao futebol, coloca um sorriso no teu rosto.

Um comentário:

  1. Parabéns ai luís fabiano.. opaa esse é jogador, kkk =p
    luís fernando ^^
    mas sim eu acompanhei grande trajetória da sua vida, tanto no futibas, como na parte cognitiva. E digo q evoluiste mto.
    Sucesso sempre!

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